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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Não volta jamais

Não volta jamais,
este tempo passado todos os sonhos sonhados e abandonados...

Abri a caixa de sapato que estava no fundo do armário.
Imaginava o que ia encontrar, mas jamais imaginei que iria enxergar como enxerguei.

As notas antigas, cupons fiscais de anos atrás me fizeram lembrar dos sonhos que me impulsionaram a comprar, para concretizar, realizar um sentimento que jamais aflorou. Jogando-as fora, vi quantos sonhos morrem em poucas palavras, sem gemidos sequer, apenas vem a vida, e muda a direção do barco e somos obrigados a continuar a remar.

Saudade de quando era diferente, de quando era sonhador o poeta da viola enluarada, de quando a esperança não esperava o esperançoso morrer para morrer depois...
Mas se este tempo não passasse, se estes sonhos não morressem, eu não enxergaria desta forma, e não saberia que a vida está para acabar a qualquer momento, e assim a recomeçar a todo momento.

Que as amizades sejam sempre eternas, que os amigos sejam alguns, que as fogueiras jamais se apaguem e que o tempo não volte jamais.